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Versos V

O ar roça o tempo

Germina a terra

Ara os medos

Cultiva os egos

Corrói o passado

Floresce o âmago

Cerne humano

Que nada é

Apenas pensa ser!

Denise Remor – julho 2023

Versos IV

A névoa espessa desce

Parece não haver horizonte

Mal sei se há sol além dela

A jornada é difícil e confusa

Continuo, brigo e me faço resiliente

Busco a dispersão da neblina

Quando atravesso o branco véu

Com a força do meu caminhar

Paraliso com as luzes e cores

Agora sei, cheguei ao Paraíso!

Denise Remor – Maio 2023

Versos III

Dissocio minha mente

Transijo minha alma

Meu espelho nubla

Meus olhos cegam

Apenas tateio o mundo

Atravesso meu inverso

Perco o caminho

As linhas se cruzam

Os paralelos se afastam

E eu continuo…

Denise Remor – Abril 2023

Desvendando a Imaginação Humana

Muitas vezes as imagens são frutos da nossa imaginação, outras vezes não!

O importante é acreditar!

Posso acreditar em peixes voadores, pássaros nadadores e que o mundo toca no meu ritmo.

Isso do mundo tocar no ritmo que gostaríamos, é o mais encontrado por aí.

Cruzamos com diferentes pessoas de diferentes etnias, culturas, poder aquisitivo, mas convictas de ter o poder de tudo acontecer conforme querem no seu universo. Universo este elástico, pois depende do seu grau de influência.

Vamos pegar como exemplo o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, este tem a convicção de tudo poder. Inclusive de criar novas verdades, reescrever a história como ele gostaria que fosse.

George Orwel, no seu romance 1984, nos conta isso. Lá se reescrevia diariamente os fatos como se desejava. A história era recriada de acordo com os interesses políticos.

Quantas famílias escondem seus pecados e reescrevem suas origens?

Quantos contam suas mentiras e acreditam por terem repetido centenas de vezes, até virarem verdades. É a história do mentiroso, que acredita na sua mentira como se fosse uma verdade absoluta.

Será que são psicopatas? Alguns sim, outros são pessoas normais.

Outros usam deste artifício como ferramenta política. Outros apenas para criar uma história bacana. Ou deixar o mundo melhor.

Na verdade isso é um atributo do ser humano. Somos capazes de usar a imaginação e a criatividade. Esta capacidade nos trouxe até este momento histórico.

Não estou julgando se as histórias são reais ou irreais. É apenas uma constatação do nosso poder de imaginação.

Minha bisavó não acreditava que o homem pisou na Lua. Isso é uma realidade.

As vezes me pergunto sobre o quanto nós conseguimos distorcer os fatos. Esconder verdades, distorcer acontecimentos, transformar mentiras em verdades, verdades em mentiras.

Einstein já provou que tudo depende do ponto de vista do observador.

A imaginação é transformadora, precisamos usá-la para nos guiar sempre por um caminho melhor.

Ela deu presentes valiosos a humanidade, como a tecnologia, as artes, os meios de transportes, as construções e outras coisas. O mundo como conhecemos, não existiria se não tivéssemos a imaginação e a transformasse em realidade.

Como tudo deveríamos ter mais ética em usá-la.

Deixar a imaginação e a criatividade correr solta, mas com o propósito de sempre fazer o melhor para todos.

Aí os pássaros podem nadar, os peixes podem voar e os homens podem amar.

Denise Remor – Março 2023

Versos II

Ouço cantos, versos

Ritmo de aforismos

Gritaria, zombaria

Vira na verdade, alegoria

Aquela folia, nublada

Embaçada da caminhada

Mau disfarçada, companhia

Hipocrisia da gargalhada

Fita a vida colorida

Na maioria cinza

Nublada, quiçá azulada

Máscara animada

Gosmenta, inanimada

Transformada em agonia

Pois, tem sabor de melancolia

Tudo acaba um dia

Liturgia ou filosofia

Acaba na tipografia.

Denise Remor – março 2023

Versos I

Sou mais esperta, quiçá, forte.

No ringue, constante

Pula nos pensamentos

Entranha no cérebro

Sangro como ferida

Nocauteio o desgraçado

Batalha diária, inglória

Volta a bater na porta

Cerro a passagem

Entendo a trava

Ele me conduz

Balança alternativas

Gangorras de possibilidades

Destrava pensamentos

Brigo, grito, sigo

Imobiliza nunca!

No término, penso,

Penso!

Cadê este maldito?

Para onde correu

Este facínora

Quantas vezes viola

Miserável me infecta

Vingança, é o expurgo

Constância do embate

Voltará num instante

Parceiro nas entranhas

Maldito, bendito

Nunca esquecido

Ele, o MEDO me consome

Me faz lutar

Só não me vence!

Denise Remor – fevereiro 2023