Cresci ouvindo histórias de reis, rainhas, príncipes, princesas. E junto com estas fábulas apareciam as histórias da Inglaterra com sua Rainha.
As histórias da família real britânica fizeram parte do último milênio. Ela tem um imã, uma mágica, contém romances, traições, desafetos e tramas políticos.
A história da Rainha Elizabeth começa com a renúncia do seu tio quando se apaixona por uma plebeia divorciada. Seu pai ascende ao trono, assume e reina por apenas 16 anos. Quando uma moça com 25 anos assume como Rainha, isso já é um conto de fadas. Alguém jovem e bonita assumindo um papel místico.
O anseio das pessoas é serem reconhecidas, terem importância. Enfim, serem o “centro do mundo”. E tudo isso recheado de muitas especulações sobre a vida privada de um grupo de pessoas que são consideradas diferentes pelo simples fato de terem nascido no seio de uma família.
Hoje o que todos procuram nas redes sociais? Relevância e exposição. E sempre houve uma busca por relevância. Tudo isso a realeza tem há anos e sem precisar de tecnologias. Eles têm pelo poder de sangue. Creio que o imaginário coletivo sustenta a realeza e ela, no Reino Unido, uma grande marca que sustenta a Nação.
Gosto de especular sobre quanto deve valer a marca da Realeza? Eles, a realeza britânica é tão diferenciada do povo que nem sobrenome na maioria das vezes eles usam, todos são conhecidos por seus títulos e seus primeiros nomes.
Windsor é seu sobrenome, e são integrantes da Casa de Windsor.
Não conheço a tradição desta monarquia. Tenho a percepção somente de conhecer este conto de fadas onde as pessoas são de carne e osso. E onde as roupas usadas viram tendência, as intrigas viram notícias, os amores viram novelas, e a pompa e circunstância nos fascina.
Acho que encontrei a palavra: fascinação!
É o que sentimos em relação a monarquia inglesa. Ela traz no seu âmago nossos anseios de riqueza, poder e finais felizes dos contos de fadas existentes dentro do imaginário comum.
O casamento do príncipe Charles com a princesa Diana foi proclamado como o romance perfeito onde viveriam felizes para sempre. Só que os personagens eram e são de carne e osso e geralmente os desfechos não acabam com o “felizes para sempre”. Foi que aconteceu, e tudo acabou entre “tapas e beijos” com amantes, brigas, distúrbios alimentares e a vitória midiática da beleza de Diana. A princesa dos olhares baixos, mas de vontade alta na quebra dos protocolos. Está misancene toda faz parte do jogo e da construção da marca.
A casa de Windsor tem habilidade de consolidar cada vez mais a sua marca. A pergunta que fica, até quando Charles reinará?
Já que as pessoas o acham um insosso que traiu a bela princesa e ficou com a amante feia. A analogia aqui é com o príncipe do conto Cinderela. Com ele optando pela madrasta ou pela irmã má.
A monarquia precisa da magia para continuar existindo e na magia não há lugar para personagens feios e insossos porque ela vive no imaginário coletivo e no belo. Foi a menina linda que se transformou em Rainha aos 25 anos e por uma brincadeira do destino ela se transformou num Yoda na sua velhice. Sábia e querida.
Viva a monarquia que traz romance para a aridez ao mundo dos comuns.
Denise Remor – setembro 2022